Com a flexibilização da quarentena, muitos comerciários estão de volta, mas apreensivos
O comércio está reabrindo. Aos poucos, tudo parece estar voltando ao normal. Entretanto, a cura para a COVID-19 ainda não existe. Muitos comerciários que não ficaram em quarentena e seguem na linha de frente, permanecem inseguros. Outros, que estão voltando agora com a flexibilização, sentem medo.
De acordo com a psicóloga Priscila Lira, conveniada ao Sindicato dos Empregados no Comércio (Sincomerciários) de Itapeva (SP) muitos trabalhadores relatam ansiedade extrema, desconforto, tristeza e, até mesmo, frustração. “As dificuldades começaram a surgir com a necessidade da redução e distanciamento do contato físico. Outra reação foi de estresse agudo que com a pandemia houve uma mudança súbita e inesperada. Porém o foco de apreensão é o medo de ser contaminado”, aponta.
Ainda, relata Priscila, nesse momento são comuns as manifestações de desamparo, tédio e raiva pela perda de liberdade. “Para passar por essa fase, cuidados em saúde mental são necessários”, afirma.
Segundo ela, algumas pesquisas recentes sobre a saúde mental dos trabalhadores apontam que, quanto maior for à sensação de segurança no protocolo, nos instrumentos e ferramentas de trabalho, maior a sensação de estabilidade emocional, confiança na estratégia e principalmente de autoconfiança. “Por isso é importante, diante deste novo cenário e com o objetivo de seguir preservando a saúde, o emprego e a continuidade do negócio, definir protocolos de retorno ao trabalho”, argumenta.
Para quem perdeu o trabalho, Priscila enfatiza a importância de manter hábitos e medidas mais saudáveis mentalmente. Ainda reforça a necessidade de não parar diante do problema. “É não se basear nas circunstâncias, mas muito mais na capacidade.Adaptar os conhecimentos que já tinha às novas estratégias de trabalho. Superação é uma atitude decisiva nesse momento”, ressalta.
Para a profissional, o momento é um tempo importante para se voltar à essência, além da profissão e da vivência econômica. É um tempo importante para se voltar quem se é. “É necessário se voltar às habilidades, aos dons e à essência, porque se isso for firme, as circunstâncias não vão alterar o ser, e o ser fortalecido vai começar a responder as circunstâncias”, detalha.
“É necessário também voltar-se para a contribuição. Todas as grandes inovações vieram de um problema, porque pessoas não pararam nele, mas transformaram-o em uma possibilidade de oferecer coisas novas ao mundo”, acrescenta.
Para quem está em isolamento, Priscila comenta que é muito importante se manter distante, mas conectado, não perdendo a conexão com amigos e familiares, hoje facilitada pelos celulares e internet. “Para tornar o isolamento tolerável, é muito importante construir uma nova rotina, não ficar de pijamas, e buscar atividades lúdicas e criativas, como pintar, organizar fotografias, leitura, ouvir música, e manter atividade física”, evidencia.
Priscila destaca também que é importante colocar na rotina algo que gere aprendizado, pois nesse momento parece que tudo está paralisado e isso é prejudicial. “Este é o momento de tirar os planos e projetos e organizá-lo. Ver a crise como oportunidade”, salienta.
A ajuda profissional nesse momento também é muito importante. O Sincomerciários conta com diversos conveniados que dão descontos aos comerciários associados e que podem ajudar. A Priscila é uma delas. Com desconto de 30% na consulta, ela atende na rua Olívia Marques, 178 – sala 5. Mais informações através do telefone (15) 9 9727 6982.